Massa e energia

Toda matéria desintegrada se transforma em energia, logo, a recíproca inversa deve ser verdadeira: matéria não é senão energia integrada e composta. É nisto que consiste a fórmula einsteiniana: e=mc2. Em outros termos, uma quantidade de massa qualquer multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz em m/s nos revela a quantidade de energia que integra e compõe essa massa.  

 

Esse conhecimento adveio da teoria da Relatividade, formulada por Albert Einstein, nos primeiros anos do século XX. Com a Teoria da Relatividade, aprendemos que matéria e energia são duas faces de uma mesma moeda.

 

Ao que parece, a energia é tão indestrutível quanto incriável. Lavoisier já dizia que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

 

Segundo o astrônomo brasileiro Rogério Mourão, se a energia (E), que está associada à temperatura do meio, for superior à energia da massa (mc2) de uma partícula, ela poderá ser materializada sob a forma desta partícula. De modo análogo, quando a energia de um meio ultrapassa a que mantém a ligação entre as componentes de um núcleo, ele se decompõe, ocorrendo uma reação nuclear.     

 

A transformação da matéria em energia foi uma das maiores descobertas do homem. Segundo alguns físicos, a energia liberada por um grama de matéria seria bastante para ferver uma tonelada de água. Para esses sábios, seria o fim do banho frio!

 

Para os mestres da física nuclear, o processo é razoavelmente simples. Veja por exemplo, abaixo, a transformação total da massa de um sanduiche de carne de 500 g, em energia. Não nos esqueçamos da fórmula: E=m.c2  onde “E”, é a energia produzida em Joules, “m” é a massa do sanduíche em kg e “c” é a velocidade da luz em metros por segundo (m/s).

 

Equacionando:

 

E = 0,5 x 300.000.000 x 300.000.000
E = 45.000.000.000.000.000 Joules.

 

Segundo cálculos elaborados por alguns físicos, quarenta e cinco quatrilhões de Joules seria energia suficiente para percorrer, a pé, 25 vezes a distância equivalente da Terra a Lua, sem se cansar; ou para funcionar um aparelho de ar-condicionado durante meio milhão de anos; ou, ainda, para ferver o leite do café da manhã durante 12 séculos!

 

Nota: Joule (J): unidade de medida de energia no sistema internacional (SI), igual ao trabalho realizado por uma força constante de 1 newton, cujo ponto de aplicação se desloca da distância de 1 metro na direção da força. 1 newton (N) é a força necessária para acelerar em 1 m/s2 uma massa de 1 kg.

 

Em física, o trabalho (W) realizado por uma força (F) é o produto da força pelo deslocamento (^S). Ao empurrar uma mesa por uma distância de 2 metros, aplicamos, por exemplo, uma força constante de 100 newtons. Neste caso, o trabalho realizado será equivalente a 200 J. O trabalho realizado sobre um corpo mede a quantidade de energia transferida para o corpo (ou do corpo para outro sistema).

 

Como calor é energia transferida entre corpos com temperaturas distintas, o Joule pode ser também medida de caloria que é, por sua vez, uma quantidade de calor necessária para elevar em 1 oC a temperatura de 1 grama de água   (isso em condições de pressão normal e temperatura entre 14,5 ºC e 15 oC). 1 caloria equivale a 4,18 J, e 1 J equivale a 0,24 caloria.

 

A desintegração parcial da matéria se faz por meio de reatores instalados em usinas nucleares para produção de energia elétrica, ou, de maneira explosiva, nos artefatos bélicos.  

 

A fórmula e=mc2 foi interpretada por cientistas ligados a interesses bélicos como uma possibilidade do uso da energia como arma de destruição em massa. Testada, inicialmente, em artefato atômico, pelos Estados Unidos, em 1945, surpreendeu a todos, tamanho era seu grau de destruição. Um dos cientistas, respondendo a um jornalista sobre o que teria achado da experiência, disse: lembrei-me apenas dos versos de um poeta indiano: tornei-me sem querer um destruidor de mundos!  E, assim, estava nomeada a fórmula do genocídio instantâneo.

 

Em agosto de 1945, os estadunidenses lançaram duas bombas atômicas sobre o Japão (Hiroshima e Nagasaki) destruindo tudo o que havia por lá. Acabava, assim, a era da inocência. E o pior: essas bombas lançadas sobre o Japão, segundo alguns analistas, fora uma maneira de mostrar aos soviéticos que os Estados Unidos eram uma potência nuclear e, portanto, nada de alterar a configuração do mapa europeu, ou redesenhar a geopolítica mundial, após a Segunda Guerra. Os Estados Unidos temiam o avanço do socialismo, o modo de produção do proletariado, na Europa e, talvez, no mundo.

 

Sabemos que o Japão já havia manifestado sua intenção de se render, solicitando aos soviéticos sua intercessão junto aos Estados Unidos, para esse fim. Levada ao conhecimento do governo dos Estados Unidos, este pediu aos soviéticos um prazo para responderem. Nesse ínterim, o governo estadunidense lançou as mencionadas bombas atômicas sobre o Japão. E, com isso, estava inaugurada a era da guerra fria! Os soviéticos somente tiveram sua bomba atômica, em 1949, e em 1956, a bomba de hidrogênio, que é milhões de vezes mais potente que a bomba atômica.

 

Atualmente, os Estados Unidos mantêm cerca de 200 bombas atômicas em alguns países europeus,  bem como em submarinos de suas frotas navais. Esse poder atômico pode exterminar a vida na Terra catorze vezes!

 

Só o homem pode tornar a Ciência imoral, e essa imoralidade hedionda já foi cometida pelos Estados Unidos. O povo estadunidense tem uma enorme dívida com a humanidade! E parece que não aprende! Gramsci dizia que a História ensina, mas ela não tem alunos! Será?

 

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