A INTERNACIONAL

De pé, ó vítimas da fome!  /  De pé famélicos da Terra!

Da idéia a chama já consome  /  A crosta bruta que a soterra.

Cortai o mal bem pelo fundo  /  De pé, de pé, não mais senhores!

Se nada somos neste mundo,  /  Sejamos tudo, ó produtores!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

Senhores, patrões, chefes supremos,

Nada esperamos de nenhum!  /  Sejamos nós que conquistemos

A Terra mãe livre comum!  /  Para não ter protestos vãos,

Para sair deste antro estreito,  /  Façamos nós por nossas mãos

Tudo o que a nós nos diz respeito!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

Crime de rico a lei o cobre,  /  O Estado esmaga o oprimido.

Não há direitos para o pobre,  /  Ao rico tudo é permitido.

À opressão não mais sujeitos!  /  Somos iguais todos os seres.

Não mais deveres sem direitos,  /  Não mais direitos sem deveres!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

Abomináveis na grandeza,  /  Os reis da mina e da fornalha

Edificaram a riqueza  /  Sobre o suor de quem trabalha!

Todo o produto de quem sua  /  A corja rica o recolheu.

Querendo que ela o restitua,  /  O povo quer só o que é seu!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

Nós fomos de fumo embriagados,  /  Paz entre nós, guerra aos senhores!

Façamos greve de soldados!  /  Somos irmãos, trabalhadores!

Se a raça vil, cheia de galas,  /  nos quer à força canibais,

Logo verá que nossas balas  /  São para os nossos generais!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

Pois somos do povo os ativos  /  Trabalhador forte e fecundo.

Pertence a Terra aos produtivos;  /  Ó parasita, deixa o mundo.

Ó parasita que te nutres  /  Do nosso sangue a gotejar,

Se nos faltarem os abutres  /  Não deixa o sol de fulgurar!

Bem unidos façamos,  /   Nesta luta final,

Uma Terra sem amos  /  A Internacional!

______________________________________________

Letra de Eugène Pottier (1871) e música de Pierre Degeyter (1888).

solonsantos@yahoo.com.br – notassocialistas.com.br