O Átomo
Átomo: a menor unidade básica de matéria. Tudo
o que existe e ocupa lugar no espaço é chamado matéria. E toda matéria é
formada por átomos. O corpo humano, por exemplo, é uma complicada e organizada
coleção de bilhões e bilhões de átomos. O átomo (indivisível, em grego)
é a menor parte de um elemento químico que ainda apresenta as propriedades
químicas exclusivas deste elemento. Os átomos de elementos combinam-se
quimicamente para formar moléculas. Um composto é
uma substância que consiste em moléculas formadas por átomos de dois ou
mais elementos.
Partículas Fundamentais: Os componentes principais dos átomos são prótons, nêutrons e elétrons.
Até bem pouco tempo, esses três tipos de partícula eram considerados unicamente
"elementares": tijolos fundamentais e indivisíveis da construção da
matéria. Quanto ao elétron, ainda se acredita ser uma partícula genuinamente
fundamental, ou seja, um elétron não pode ser subdividido em subpartículas. Já os prótons e nêutrons são compostos de
partículas menores e mais elementares chamadas quarks.
Os quarks existem em seis variedades, ou três pares
de gerações: up (virados para cima), down (virados para baixo), strange (estranhos), charm (charmosos ou amáveis), bottom (do fundo) e top (do
topo); embora só dois tipos, up e down, sejam necessários para fazer os prótons e
nêutrons que constituem praticamente toda a
matéria normal no Universo, visto que é no núcleo que repousa a esmagadora
maioria da massa. Todos esses exóticos nomes foram dados apenas com o objetivo
de diferenciá-los por níveis energéticos de geração - logo, não podem ser
tomados como adjetivos ao pé da letra.
Há outras partículas importantes, como os neutrinos (tipo múon ou tau), partículas estranhas que têm uma carga
elétrica nula e uma massa fundamental virtualmente zero (o que quer dizer que um neutrino parado nada pesaria),
que viajam quase à velocidade da luz e se formam
em abundância nas estrelas, nas usinas nucleares ou pela fragmentação
dos raios cósmicos na alta atmosfera terrestre. Temos também fótons, que
são pacotes de
energia de luz.
Famílias de Partículas: As partículas compostas de quarks são conhecidas coletivamente como hádrons. Estes estão subdivididos em bárions, tais como prótons e nêutrons, compostos de
trios dequarks; e mésons, compostos de pares de quarks e antiquarks. Os elétrons e os neutrinos são exemplos
de outra classe de partículas chamada léptons.
Propriedades dos Átomos:
Tamanho: Os átomos são tão pequenos que 1 milhão de átomos de hidrogênio, o menor dos átomos,
alinhados um ao lado do outro, mediriam menos que a espessura de uma folha de
livro.
Número Atômico de um elemento é um número igual ao número
dos prótons em cada um de seus átomos. O número atômico determina o lugar de um
elemento químico na tabela periódica.
Peso Atômico é o peso de um átomo comparado com o peso
de um átomo de carbono-12. O peso do carbono-12 é arbitrariamente considerado
como o de 12 unidades de massa atômica. Nessa escala, o hidrogênio pesa 1,00797 unidade de massa atômica. O peso atômico do elemento
é uma média dos pesos dos isótopos nas proporções em que ocorrem na natureza.
Por exemplo, o peso atômico do cloro é 35,453 unidades de
massa atômica. Esse valor é uma média dos dois isótopos Cl35 (peso atômico 34,96885) e Cl37 (peso atômico 36,96590),
nas proporções em que ocorrem. Onúmero de
massa de
um átomo é igual ao número total de nêutrons e prótons de seu núcleo. Esse
número aproxima-se do peso atômico do
átomo. Assim, o número de isótopo leve do cloro é
35; seu peso atômico é 34,96885 unidades de massa atômica.
Radioatividade: Certos elementos, inclusive o rádio e o
urânio, são naturalmente radioativos, isto é,
emitem raios de energia e correntes de partículas atômicas a partir de seus
núcleos. Os cientistas podem tornar radioativos outros
elementos ao bombardeá-los com partículas nucleares.
Transmutação de Elementos: significa converter um elemento em outro.
Quando o núcleo de um átomo emite uma partícula alfa, seu número de massa
reduz-se em quatro unidades, porque as partículas alfa consistem em dois
prótons e dois nêutrons. O número atômico diminui em duas unidades (perdem-se dois
prótons). Quando o número atômico muda, o átomo converte-se em outro elemento.
Por exemplo, quando um átomo de rádio com número de massa 226 e um número
atômico 88 (escreve-se 88Ra226)
perde uma partícula alfa, ele se transforma em um átomo de número de massa 222
e número atômico 86. No entanto, o elemento de número atômico 86 não é o rádio,
mas o radônio. Dizemos que o rádio, quando perde uma partícula alfa, se transmuda (se
converte) em radônio (86Rn222).
Ionização: Normalmente, um átomo é eletricamente
neutro. A carga positiva do núcleo equilibra-se com
a carga negativa dos elétrons em órbita. Mas, na parte externa, os elétrons
podem ser lançados fora do átomo por uma colisão violenta, como na descarga elétrica.
Um átomo que perde um elétron tem uma carga positiva, tornando-se um íon
positivo. Quando um átomo perde ou ganha elétrons, dizemos que há ionização.
Estrutura Eletrônica: Os elétrons dispõem-se como camadas em
torno do núcleo. Cada uma dessas camadas só pode conter um determinado número
de elétrons. A camada interna pode conter dois, a seguinte oito e assim por
diante. Quando as camadas mais internas estão saturadas (cheias
com o máximo de elétrons que podem conter), começa outra camada. Cada órbita
corresponde a um nível de energia específico.
Aos níveis de energia podem ser atribuídos certos números inteiros, chamados números
quânticos. O mais estável dos estados em que o elétron pode mover-se é chamadoestado fundamental. Quando o elétron
absorve energia na forma de radiações, ele passa a um estado de excitação (de
alto nível energético). Pode em seguida voltar ao estado fundamental ou a um nível intermediário de energia, inferior ao do estado
de excitação, mas superior ao do estado fundamental. Ao passar dos níveis altos
de energia para os mais baixos, o elétron libera energia. A quantidade de
energia liberada como radiação é igual à diferença entre os dois níveis de
energia do elétron. Essa teoria do nível de energia serve para explicar como os
átomos podem fornecer energia radiante, tal como a luz. A energia liberada por
um elétron, ao passar a um nível mais baixo, aparece como fóton do
mesmo grau de energia. Essa energia corresponde a uma frequência
ou comprimento de onda (cor) definida no espectro. Não há dois elementos que
tenham exatamente o mesmo espectro.
Como se Estuda o Átomo: O átomo é
tão pequeno que só pode ser observado ao microscópio eletrônico. No entanto, a
maior parte do que se sabe sobre os átomos provém do estudo realizado com
outros instrumentos. O pesquisador pode dirigir um feixe de raios X para um
pequeno cristal de sal comum extraído do solo. As fotografias dos raios X
refletidos pelo cristal revelam o arranjo regular de seus átomos. A distância
entre os átomos do cristal pode ser determinada com precisão. Usa-se um
espectroscópio para estudar os espectros emitidos pelos diferentes elementos.
Excita-se o elemento por meio de uma descarga elétrica ou aquecendo-o em uma
chama até ficar incandescente. Utiliza-se então o aparelho para fazer a luz
abrir-se num largo espectro. A disposição das linhas coloridas dá informações
sobre os elétrons das camadas exteriores do átomo. Estuda-se o comportamento
dos átomos e das partículas bombardeando-os, em aceleradores de partículas, com projéteis
atômicos, tais como prótons ou núcleos de hélio. Registram-se as reações
com instrumentos ou em chapas fotográficas.
Teoria Atômica: Em torno de 400 a.C.,
o filósofo grego Demócrito criou a teoria de que, caso se dividisse a matéria
em fragmentos cada vez menores, seria atingido um ponto em que ela já não
poderia ser dividida. Esse menor fragmento da matéria foi denominado um átomo,
de uma palavra grega que significa indivisível.
Teoria de Dalton: Em 1803, um químico inglês, John Dalton,
propôs uma teoria dos átomos. Acreditava que todos os elementos são feitos de
átomos que não podem ser destruídos, divididos ou criados. Achava que os átomos
de um mesmo elemento são iguais entre si, diferindo dos átomos de qualquer
outro elemento. Dalton também acreditava que diferentes átomos se combinam em
proporções definidas para formar moléculas. Atribuiu
pesos atômicos aos elementos.
Descoberta dos Elétrons: Em fins da década de 1890, o físico
inglês sir Joseph
Thomson demonstrou que uma corrente elétrica que
passa através de um gás consiste em um fluxo de leves partículas negativamente
carregadas, os elétrons. Acreditava que o
átomo consistia
em elétrons de carga negativa dentro de uma substância de carga positiva.
Teoria do Átomo de Rutherford: Em 1911, o físico
Ernest Rutherford publicou sua teoria da
estrutura atômica. De acordo com essa teoria, a massa do átomo localiza-se em
uma pequena região, onúcleo. O núcleo fica no
centro do átomo, cercado por um certo
número de elétrons que redemoinham no vácuo exterior do átomo.
Teoria do Átomo de Bohr: Em 1911, Niels
Bohr sugeriu que os elétrons estão dispostos em torno do núcleo em camadas com
uma disposição definida. Aplicou os princípios da teoria quântica à estrutura
eletrônica do átomo, tendo também explicado como os átomos desprendem energia
em forma de luz.
Descoberta do Próton: Em fins do séc. XIX, os cientistas
descobriram que uma corrente elétrica, ao passar através de um gás num tubo
catódico, produzia fluxos de partículas de carga positiva. Sua carga era igual
em magnitude (grandeza)
à carga negativa do elétron. Em 1920, os cientistas compreenderam a importância
do núcleo do átomo de hidrogênio na estrutura atômica. Deram-lhe o nome de próton.
Descoberta dos Nêutrons: No princípio da década de 1930, vários
cientistas bombardearam elementos leves com raios alfa. Em 1932, o físico
inglês James Chadwick verificou que os raios incluíam
partículas eletricamente neutras, cuja massa era aproximadamente a mesma dos
prótons. Chadwick deu a essas partículas o nome de nêutrons.
Partição do Átomo: Em 1938, os químicos alemães Otto Hahn e Fritz Strassmann
estudaram o efeito do bombardeio de átomos de urânio com nêutrons. Entre os
produtos da reação resultante, detectaram isótopos de elementos leves. Em
janeiro de 1939, os físicos austríacos Lise Meitner e
Otto R. Frisch explicaram
essa reação como o resultado da partição de um átomo pesado em dois átomos de
tamanho médio. Deram ao processo o nome de fissão. Experiências
posteriores demonstraram que
durante a fissão liberam-se nêutrons. Isso tornou possível a realização da
reação nuclear em cadeia.
Teorias Modernas: Uma nova teoria, chamada mecânica
ondulatória, explicou muitos aspectos da natureza ondulatória das
partículas e de seu comportamento. Novas teorias explicaram a estrutura da
parte exterior do átomo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a pesquisa trouxe à luz um complexo sortimento de mésons e partículas mais pesadas. Não era simples ajustar entre si as várias peças do jogo de armar do núcleo. Com o desenvolvimento de aceleradores de alto potencial energético, encontraram-se novas partículas fundamentais.
Bárions: são partículas pesadas formadas por três quarks. Exemplos: o próton, que
tem dois quarks ascendentes e um descendente; e o nêutron, dotado
de um quark ascendente e dois descendentes.
Mésons: são partículas de massa intermediária
formadas por um quark e seu respectivo antiquark. Os mésons são emitidos pelo núcleo do átomo (quando este é
bombardeado por partículas muito energéticas). Cada méson tem a sua antipartícula
correspondente. A partir dos hádrons é formado o
átomo.
Quark: nome tirado de uma frase de J. Joyce em
seu romance Finnegans Wake (‘’Three quarks for Mr. Mark’’) para
designar genericamente os quanta fundamentais, que se apresentam em
“tripletos’’ de diversos tipos, sendo estes os constituintes de todos os hádrons. Segundo os
trabalhos de Mann e Zweig (1966), a cada hádron corresponde um ‘’tripleto’’ desses quanta, como uma
‘’trindade’’ de objetos mais simples que formam um objeto ‘’superior’’ em
complexidade, nitidamente distinto dos seus constituintes. Cada espécie de
quark compreende três tipos de membros que se diferenciam por uma
grandeza convencionalmente chamada de ‘’cor’’ (de onde a denominação de cromodinâmica quântica para a teoria que descreve as
interações entre os quarks). Por exemplo, os três quarks de uma família são chamados de ‘’azul’’, ‘’vermelho’’
e ‘’amarelo’’. As famílias, por sua vez, diferenciam-se por uma grandeza
chamada ‘’aroma’’ (flavor). São conhecidas
atualmente cinco famílias: ‘’u’’ (up, para
cima), ‘’d’’ (down, para baixo), ‘’s’’ (strange, estranho), ‘’c’’ (charmed,
charmoso) e ‘’b’’ (beauty, beleza, ou bottom, inferior). Uma sexta família é conjecturada, ‘’t’’ (top,
superior).
Os hádrons mais comuns são
‘’incolores’’, isto é, são um tripleto azul, vermelho
e amarelo (a união destas três cores, em óptica, forma a cor branca, de onde se
atribui o caráter “incolor’’). Os bários, especificamente, são compostos por
três quarks, um de cada cor, mas de aromas
eventualmente diferentes. Os mésons são compostos por
um par quark-antiquark.
O aspecto mais embaraçoso dos quarks
está na necessidade de lhes atribuir cargas fracionárias. Assim, suas cargas
elétricas devem ter valores de + 2/3 qe e
- 1/3 qe, onde qe é
a carga considerada tradicionalmente como ‘’elementar’’ [(carga
do elétron (-) ou do próton (+)]. Entretanto, ainda não foram observados
isoladamente objetos portadores de tais cargas fracionárias. As forças que se
exercem entre os quarks são ‘’transportadas’’ pelos
bósons do campo cromodinâmico, chamados glúons. Tais forças são suficientemente fortes para impedir
a separação dos quarks que constituem os hádrons. Por isso, diz-se que os quarks
ficam ‘’confinados’’. A cromodinâmica quântica parece
ser capaz de explicar esta propriedade.
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com consulta às Enciclopédias Digital Estadão 2005 e
Larousse Cultural.